Título Original: -
Autor: Maria Fernanda Guerreiro
ISBN: 978-85-63219-15-2
Páginas: 272
Ano: 2012
Editora: Novo Conceito
Sensível e tão real a ponto de fazer você se sentir parte da família, A filha da minha mãe e eu conta a história do difícil relacionamento entre Helena e sua filha, Mariana. A história começa quando Mariana descobre que está grávida e se dá conta de que, antes de se tornar mãe, é preciso rever seu papel como filha, tentar compreender o de Helena e, principalmente, perdoar a ambas. Inicia-se, então, uma revisão do passado – processo doloroso, mas imensamente revelador, pautado por situações comoventes, personagens complexos e pequenas verdades que contêm a história de cada um.
Sou particularmente fã de livros dramáticos, é o tipo de livro que não
consigo esquecer e dependendo do assunto que abordo acabo me sentindo
perturbado pelo contexto. Trama familiar não é algo novo no meio dramático, mas
nessa obra em questão, Maria Fernanda Guerreiro nos apresenta à um ambiente
familiar de uma forma inovadora e acima de tudo, verdadeiro.
Família para a maioria das pessoas é sinônimo de amor e companhia, coisa
essencial para se viver desde os primeiros até os últimos passos, então, como
imaginar alguém que tem problemas com sua própria família? Ou pior, alguém com
problemas com a mãe?
É nessa perspectiva que se desenrola a história de A Filha da Minha Mãe
e Eu, onde a persongagem principal Mariana acaba tendo a vida totalmente
dificultada graças a sua relação conturbarda com sua mãe Helena. Desde pequena,
Mariana teve uma relação mais amigável com seu mãe e mais impactante com a sua
mãe que por motivos pequenos acabam gerando graves conflitos com a garota.
Helena tem uma mãe a qual ela não se dá bem e isso acaba influênciando no modo
ao qual ela trata sua filha. Mariana também tem uma irmã e passou boa parte da
sua vida se perguntando o porquê da sua mãe tratar melhor o irmão do que ela.
Minha mãe costumava dizer que ela podia esfolar vivo um dos filhos, mas que ninguém mais podia tocar um dedo. Era o direito da maternidade. O direito de errar porque estava tentando acertar. Algo sagrado.
O que me encantou no livro foi que de um drama familiar que poderia ter
se tornado um livro tão comum acabou se
tornando um dos melhores livro que já li, graças aos elementos que foram
adicionados a narrativas, como por exemplo o Complexo de Electra, que é
estudada pela pscicanálise e definida como a vontade da filha competir e vencer
a mãe em busca de ocupar o seu lugar na família. Por conta disso, o livro
torna-se uma sondagem rica da estrutura familiar de muitas famílias, já que
família perfeita, só existe em filme.
Não me identifiquei muito com a personagem do livro, entretanto, já tive
problemas familiares como todo mundo e em determinados momentos pude sentir
como se estivesse revivendo alguns desses momentos. Sem dúvida nenhuma, A Filha
da Minha Mãe e Eu é um ótimo livro para ser lido e difícil de ser esquecido. Com um pouco mais da pura realidade dos lares familiares, até o consagrado Nelson Rodrigues iria se mexer na tumba para ler essa excelente obra que faz jus ao seu estilo literário.
1 comentários:
Historias dramáticas certamente não eh meu gênero favorito, mas sempre leio tbm, e acredito que me impressionaria muito esse titulo, já que problemas familiares (como citado na resenha acima) todo mundo realmente tem, cada um com sua particularidade, mas não deixa de existir... pois família perfeita, realmente só em filmes... rsr...
Juan, como sempre desenvolvendo um trabalho impressionante para com o Asas Literárias... parabéns pela resenha...
Atenciosamente,
Wender Monteiro
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