Resenha de Livro: Não Diga Uma Palavra - Jennifer McMahon

1 comentário(s)
Título: Não Diga Uma Palavra
Título Original: Don't Breathe a Word
Autor: Jennifer McMahon
ISBN: 978-85-64850-24-8
Páginas: 408
Ano: 2013
Editora: Jangada
Preço: 36,90
Avaliação:


Em uma agradável noite de verão em Vermont, Lisa, uma menina de 12 anos de idade, vai até o bosque atrás de sua casa e nunca mais volta de lá. Antes de desaparecer, ela conta ao seu irmão mais novo, Sam, sobre uma passagem que dá para um lugar mágico, onde irá se encontrar com o Rei das Fadas e tornar-se a sua rainha. Quinze anos depois, Phoebe está apaixonada por Sam, um homem prático e ajuizado que não teme o escuro, nem tem pesadelos - o que, na verdade, ajuda Phoebe a ignorar os dela. Mas, de repente, o casal se depara com uma série de estranhas e inexplicáveis ocorrências que desafiam a visão de mundo sensata e pragmática de Sam. À medida que são levados a questionar a própria realidade, uma terrível promessa feita por Sam anos antes é revelada - uma promessa que pode destruir a todos eles.


Uma mistura de bússola quebrada com roteiro de novela


Infelizmente mais uma vez chega às minhas mãos uma obra que me faz ficar decepcionado com a literatura fantástica. Creio que o que faz um livro com traços fantásticos ser bom é exatamente os pilares que o autor irá usar para sustentar o ambiente que criará, afinal, se o livro me diz por exemplo que fadas existem eu preciso saber de onde elas vieram, como surgiram, como são e outras coisas que realmente me façam crer que essas criaturas existam na ambientação da narração. O que acontece é que cada vez mais os autores parecem não ver necessidade em criar esses pilares ou até, não conseguem criar bons pilares. Isso resulta em fantasias de má qualidade e em muitos casos, clichê.


Em Não Diga Uma Palavra, temos um ambiente que tem como foco principal as possíveis fadas que habitaram o vilarejo de Reliance e foram responsáveis por fazer com que grande parte do vilarejo desaparecesse bem como as pessoas que nele moravam. Sem dúvida alguma com um acontecimento como esse o leitor fica instantaneamente curioso e esperando mistério e um pouco de suspense em uma história desse tipo, coisa que até vem, mas de uma maneira nada cativante, confusa e até previsível.

No início da história somos apresentados a duas protagonistas, Phoebe e Lisa. Phoebe narra sua história em  terceira pessoa no tempo presente e Lisa narra sua história vivida a 15 anos antes. As duas possuem uma relação imensa já que Lisa é irmã de Sam, namorado de Phoebe. Acontece que há 15 anos atrás, Lisa foi rumo a floresta, mais exatamente rumo ao antigo vilarejo de Reliance e ao chegar acabou desaparecendo sem deixar quaisquer pistas. A menina passou toda a infância falando sobre um reino de fadas cheio de criaturas e jurando que um dia, o rei das fadas a levaria para viver com ele e as outras criaturas. Após desaparecer, Sam e os outros amigos de Lisa que viviam escutando as histórias que a menina contara passaram a se questionar se durante todo esse tempo acharam erroneamente que Lisa estava falando bobagens de criança. No presente, Phoebe começa a ser atingida por esses acontecimentos do passado quando coisas estranhas começam a acontecer desde que Evie, uma das antigas amigas de Lisa volta a cidade para ler junto com ela e Sam o livro das fadas, um antigo livro de Lisa que o casal acabou encontrando e pensam ter pistas sobre o paradeiro da menina.

O mistério e os traços de horror do livro me pareceram ser os ingredientes perfeito para uma obra viciante e macabra. Porém, o que acabou acontecendo foi o desenrolar de um enredo extremamente sem direção, onde em um momento a trama principal está voltada para o que aconteceu com Lisa e em outras, simplesmente sem direção. Quando o leitor acha que a coisa não pode piorar começam a acontecer coisas que só deixam tudo mais confuso, com personagens agindo como se não estivessem em meio a algo inimaginável no mundo real e preocupados com coisas fúteis quando um monstro do mundo fantástico pode simplesmente matar todos ao seu redor.

É importante ressaltar que esse não é o tipo de livro "fast-food" que você devora fácil e normalmente e simplesmente no final é chegado o fim. O leitor termina de ler cheio de interrogações na cabeça quando a veracidade dos fatos mencionados, afinal, não tem como afirmar se realmente existiu um mundo de fadas e um apanhado de criaturas míticas assombrando vilarejos e pessoas com as brechas que a autora acaba deixando a cada capítulo. Com esse fato o livro acabou ganhando alguns pontos comigo e ao mesmo tempo perdendo, já que nem mesmo algumas simples perguntas foram respondidas.

Minha relação com esse livro não foi nada mais nada menos do que eu esperava. Depois de já começar a julgar pela capa (que não achei nem um pouco bonita) não esperei muita coisa do conteúdo após ler a sinopse, e acabei estando certo sobre tudo. Não Diga Uma Palavra é um ótimo livro para quem gosta de fantasia, mistério e pitadas de terror, porém, não seria um dos livros que eu indicaria.

1 comentários:

Marli Carmen disse...

Oi.
O leitor também precisa do seu espaço para a imaginação.
Gostei de conhecer sobre o livro e vou buscar mais informação sobre ele, pois fiquei curiosa querendo ler. hehehehe
Beijocas
http://marlicarmenescritora.blogspot.com.br/

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Manuseador da pena

Juan Silva, 16 anos, Carioca e Sagitariano. 3º ano e estudante do curso técnico de química. Não vivo sem bons livros, séries e filmes. De vez em quando, um café gelado sempre é bem vindo. {mais?}

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